sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Dom mário Gurgel - Assunção de Nossa Senhora

Dom Mário Teixeira Gurgel, SDS
Revista Aparecida, nº41

"Com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos S. Pedro e S. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial".

Com essas palavras, no dia 1º de novembro de 1950, o S. Padre Pio XII declarava solenemente dogma de fé a gloriosa Assunção de Nossa Senhora. Isso, simplesmente confirmava uma antiquíssima tradição que se refletia na Liturgia desde os primeiros séculos, ou seja, que por uma graça especial de Deus, o corpo de Maria não sofreu a corrupção e Ela foi levada em corpo e alma para junto de seu divino Filho.

O Concílio Vaticano II reafirma essa verdade na Constituição sobre a Igreja: "A Virgem Imaculada, que fora preservada de toda mancha da culpa original, terminado o curso de sua vida terrena, foi levada à glória celeste em corpo alma, e exaltada pelo Senhor como Rainha do universo, para que se conformasse mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores (cf. Ap 19,16) e vencedor do pecado e da morte" (LG 59).

Depois dos dogmas da Maternidade divina, da sua Imaculada Conceição e da sua Virgindade perpétua, esse quarto e último dogma referente a Maria é uma dedução natural das prerrogativas anteriores.

S. Agostinho, relacionando a assunção à sua maternidade divina, assim escreve: "Já que a natureza humana está condenada à podridão e aos vermes, e que Jesus foi poupado desse ultraje, a natureza de Maria também está imune a isso, pois foi nela que Jesus assumiu a sua natureza". E S. Jerônimo, argumenta, baseando-se no afeto filial de Jesus para com sua santíssima Mãe: Aquele que disse: "Honra teu pai e tua mãe" (êxodo 20,12), e "Não vim destruir a lei, mas cumpri-la" (Mateus 5,17), certamente honrou sua mãe acima de todas as coisas, e, por isso, não duvidamos que o mesmo aconteceu com a bem-aventurada Maria", ou seja, preservou-a da corrupção.

Pio XII, por sua vez, partindo do dogma de sua Imaculada Conceição, afirma na Encíclica Munificentissimis Deus: "Esse privilégio brilhou com novo fulgor quando o nosso predecessor, de imortal memória, Pio IX, definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição. De fato esses dois dogmas estão estreitamente conexos entre si.

A Assunção de Nossa Senhora não é apenas uma afirmação de sua glorificação, mas também motivo de grande alegria para toda a Igreja, pois como afirma o Vaticano II: "depois de elevada ao céu, ela não abandonou esta missão salutar, mas, pela sua múltipla intercessão, continua a obter-nos os dons da salvação eterna. Com seu amor de Mãe, cuida dos irmãos de seu Filho, que ainda peregrinam e se debatem entre perigos e angústias, até que sejam conduzidos à Pátria feliz" (LG 62).

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