quarta-feira, 15 de julho de 2009

Leigos, instrumentos da nova evangelização

No âmbito da tripla dimensão dos estados da Igreja - clerical, religioso e laical - e do postulado central da eclesiologia de comunhão que evidencia a participação de todos os cristãos na plenitude do mistério eclesial, os leigos representam um conjunto muito alargado do povo de Deus, com a particularidade de receberem o apelo da sua missão de cristão no interior das estruturas sociais do mundo.

"Todo e qualquer leigo, pelos dons que lhe foram concedidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da missão da própria Igreja, segundo a medida do dom de Cristo." (Lumen Gentium,32).

Os membros das comunidades recebem gratuitamente a força de Deus, no Espírito - os carismas - com o objetivo de, através de uma prática de serviço comum, contribuir para a edificação da comunidade. A disponibilidade para responder ao apelo de Deus, assumindo um papel na diversidade dos serviços a prestar aos outros em contextos históricos específicos, confere aos leigos uma missão que se vai projectar a partir das estruturas organizacionais da sociedade, no sentido de proporcionar a sua transformação segundo a vontade de Deus.

"Os leigos, a quem a sua vocação específica coloca no meio do mundo e à frente das mais variadas tarefas na ordem temporal, devem também eles, através disso mesmo, atuar uma singular forma de evangelização. A sua primeira e imediata tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade eclesial - esse é o papel específico dos pastores - mas sim, o pôr em prática todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e operantes, nas coisas do mundo. O campo próprio da sua atividade evangelizadora é o mesmo mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos "mass media" e, ainda, outras realidades abertas para a evangelização, como sejam o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento". (Evangelii Nuntiandi,70)

Como participantes de um mundo de grandes injustiças, onde cada vez mais se extremam a riqueza e a miséria, os leigos vivem no interior de uma sociedade em rápida transformação, partilhando os problemas e as dificuldades dos destinatários da evangelização. Nesta vivência social os cristãos leigos são convocados para o serviço, constituindo-se como testemunhos vivos do Senhor.

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