quarta-feira, 15 de julho de 2009

Aceitação da Vontade de Deus

PAI, SEJA FEITA a vossa vontade assim na terra como no Céu… E preparamos a alma não só para realizar o querer divino, mas também para amar o que Deus faz ou permite. Quando os acontecimentos ou as circunstâncias não permitem que escolhamos, é Deus quem escolhe por nós. É nessas situações, às vezes humanamente difíceis, que devemos dizer com paz: “Tu o queres, Senhor?… Eu também o quero!” Podem ser ocasiões extraordinárias para confiarmos mais e mais em Deus.

Essa vontade divina que aceitamos pode chamar-se sofrimento, doença ou perda de um ser querido. Ou talvez sejam situações trazidas pelo dia-a-dia ou pelo decorrer dos dias: as limitações da idade que começa a deixar as suas marcas, o salário insuficiente, uma profissão diferente da que teríamos desejado, mas a que devemos dedicar-nos com amor porque as circunstâncias nos levaram a ela e já não é possível abandoná-la, as aspirações nobres não realizadas, o fracasso por um esquecimento ou erro ridículo, os mal-entendidos…, a aceitação de si mesmo, sem que isso afogue o desejo de superação e, sobretudo, de crescimento nas virtudes. Então também nós poderemos dizer:

Dai-me riqueza ou pobreza,
dai consolo ou desconsolo,
dai-me alegria ou tristeza [...].
Que quereis fazer de mim?

O que queres de mim, Senhor, nesta circunstância concreta, e nessa outra?

A aceitação alegre da vontade divina sempre dará paz à nossa alma e, no plano humano, evitará desgastes inúteis, mas muitas vezes não suprimirá a dor. O próprio Jesus chorou como nós. Na Epístola aos Hebreus lemos que nos dias da sua carne, ofereceu preces e súplicas com grandes brados e lágrimas. As nossas lágrimas, quando se trata de um acontecimento doloroso, não ofendem a Deus; pelo contrário, movem-no à compaixão.

“Disseste-me: – Padre, estou passando muito mal.

“E eu te respondi ao ouvido: – Põe aos ombros uma partezinha dessa cruz, só uma parte pequena. E se nem mesmo assim podes com ela…, deixa-a toda inteira sobre os ombros fortes de Cristo. E repete desde já comigo: “Senhor, meu Deus! Em tuas mãos abandono o passado e o presente e o futuro, o pequeno e o grande, o pouco e o muito, o temporal e o eterno”.

“E fica tranqüilo”.

Além disso, o Senhor quer que, com a amorosa aceitação do querer divino, lancemos mão também de todos os meios humanos ao nosso alcance para sairmos dessa má situação, se for possível. E se não o for, ou se demorar a resolver-se, abraçaremos com força o nosso Pai-Deus e poderemos dizer com São Paulo: Estou inundado de alegria no meio de todas as nossas tribulações. Nada poderá tirar-nos a alegria.

A nossa Mãe Santa Maria é o modelo que devemos imitar, dizendo com Ela: Faça-se em mim segundo a tua palavra. Que se faça, Senhor, o que Tu queres e como o queres.

Fonte: Falar com Deus

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