quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA SACRAMENTUM CARITATIS DE SUA SANTIDADE BENTO XVI



Coerência eucarística

83. É importante salientar aquilo que os padres sinodais designaram por coerência eucarística, à qual está objectivamente chamada a nossa existência. Com efeito, o culto agradável a Deus nunca é um acto meramente privado, sem consequências nas nossas relações sociais: requer o testemunho público da própria fé. Evidentemente isto vale para todos os baptizados, mas impõe-se com particular premência a quantos, pela posição social ou política que ocupam, devem tomar decisões sobre valores fundamentais como o respeito e defesa da vida humana desde a concepção até à morte natural, a família fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher, a liberdade de educação dos filhos e a promoção do bem comum em todas as suas formas.(230) Estes são valores não negociáveis. Por isso, cientes da sua grave responsabilidade social, os políticos e os legisladores católicos devem sentir-se particularmente interpelados pela sua consciência rectamente formada a apresentar e apoiar leis inspiradas nos valores impressos na natureza humana.(231) Tudo isto tem, aliás, uma ligação objectiva com a Eucaristia (1 Cor 11, 27-29). Os bispos são obrigados a recordar sem cessar tais valores; faz parte da sua responsabilidade pelo rebanho que lhes foi confiado.(232)

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